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O deputado Enio Bacci (PDT) protocolou o PL 180 2017, que determina regras para o uso de coletes balísticos no Estado. O principal dos artigos do texto prevê a fixação em local visível do prazo de validade do equipamento.

De acordo com Bacci, a Brigada Militar tem 17 mil soldados e apenas 7 mil e 500 coletes dentro do prazo de validade. “Os números de coletes dentro da validade não chegam a 50% da tropa. Então queremos saber qual o critério que o comando usa para que um policial vá para a rua com colete em condições e outro vá com colete vencido. Quem assume essa responsabilidade? Quem faz isso é criminoso e tem a mesma responsabilidade do bandido que dispara o tiro capaz de matar o agente de segurança”, destaca Bacci.

O parlamentar afirma que o brigadiano tem o direito de saber qual a validade do seu colete e ter a ciência de que pode não estar protegido. Bacci também lamentou o descaso e o desprestígio que o policial enfrenta. “Nosso brigadiano já ganha pouco, tem salário parcelado, não tem estrutura adequada para combater a bandidagem no mesmo nível e agora vai às ruas desprotegido, sem o básico do equipamento de proteção. Economizar com coletes é colocar a vida do policial em risco, dar ao bandido a tranquilidade de continuar matando, e deixando a sociedade ainda mais desprotegida”, afirma.

Para Bacci o Estado precisa urgente de, no mínimo, 10 mil coletes novos. “Não sabemos se é simplesmente falta de planejamento do Executivo ou se por trás dessa demora há interesses escusos para fugir de uma licitação. São tempos difíceis para ser um policial neste Estado. São tempos difíceis para ser gaúcho”, lamenta.

O projeto de lei 180/2017 tramita na Assembleia e deve ser encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça nos próximos dias.

Relembre o caso

A denúncia de coletes vencidos surgiu após a morte de um policial em Cruz Alta, no dia 21 do mês passado. As informações desencontradas sobre as condições que levaram a morte do sargento Náurio Adão Garcia Viana levantaram suspeitas sobre a validade dos coletes. Em alguns veículos de imprensa a notícia é de que o policial teria sido morto com um tiro na cabeça, porém em outros, a informação é de que o tiro teria sido no peito, o que deixaria claro a ineficácia do colete.