A AÇÃO DA MULHER TRABALHISTA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, órgão que congrega todas os órgãos municipais de ponta que representam as mulheres, do Partido Democrático Trabalhista repudia toda forma de violência, seja ela implícita ou não, em todos os seus matizes.
Sabemos que a violência contra a mulher é sistêmica e se apresenta de diversas formas, desde a violência simbólica através da desumanização, a objetificação do gênero feminino até o estupro, passando pela violência psicológica indo até o feminicídio. E se faz presente em diversos espaços: na rua, em casa, no parto e até no ambiente virtual. E esse foi o caso. Machismo, misoginia e a naturalização de tais opressões em comportamento e discurso de ódio.
Lamentável, ter que vir a púbico rechaçar o machismo, a misoginia e a total falta de civilidade de um membro da direção nacional e exigir punição exemplar ao companheiro envolvido, conforme nosso estatuto.
O Brasil é um dos signatários desde 1979, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as formas de Discriminação contra a Mulher, a partir do qual resultaram legislações nacionais, declarações e convenções assinadas em decorrência da atuação de diferentes agências e organismos ligados à ONU, tais como Organização Internacional do Trabalho, a Organização Mundial da Saúde, Organização Estados Americanos. Nos anos 80, incentivado pelo processo de democratização política que engatinhava na sociedade brasileira, o movimento de mulheres iniciou um diálogo com o Estado, no sentido de reivindicar políticas que dessem respostas institucionais de prevenção e punição da violência praticada contra a mulher. Neste sentido, com a sensibilidade do grande líder Leonel Brizola passamos a ratificar importantes tratados internacionais a respeito de direitos humanos, Somos signatários, em 1994, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, conhecida como a Convenção de Belém do Pará.
No ano seguinte, 1995, na IV Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Mulheres em Beijing na China, nosso partido foi destaque consagrando todas as conquistas das mulheres, ressaltando o princípio da universalidade dos direitos humanos e o respeito á especificidade das culturas, explicitando em sua carta máxima, O ESTATUDO PARTIDÁRIO. Mas a distância entre compromissos assumidos e a sua efetividade por todos e enorme. O mundo contemporâneo vive o acirramento das suas contradições. As violências de gênero na internet não estão descoladas do ‘mundo real’. Também estão calcadas no desrespeito em relação as decisões das mulheres e em expectativas sobre o que seria um “comportamento feminino adequado” e nos espaços virtuais reproduzem discriminações construídas socialmente e podem ser componentes para reforçar violências contra as mulheres. Por todo o relato de nosso compromisso, pedimos imediatamente o afastamento do referido cidadão da Executiva Nacional, pela falta de hombridade e caráter ao manchar a vida pública de uma companheira.
Nossa indignação e solidariedade a companheira JULIANA BRIZOLA..
O primeiro desafio para lidar com a violência online baseada em questões de gênero, assim como as outras formas de violência contra mulheres, é o reconhecimento de determinadas ações como manifestações de violência. A banalização de manifestações de violência online sob a crença de que elas começam e terminam no meio digital, e que, portanto, são passageiras, é a primeira maneira de diminuir a gravidade desse problema. Não se pode separar o online do off-line em questões de violência de gênero;
Assim como todos os direitos, o direito à liberdade de expressão não é absoluto e está balizado por outros direitos, como o da não discriminação são grandes desafios a todos - homens e mulheres- que dizem defender a democracia, a justiça e a igualdade no mundo. Falou de uma, falou de todas. Mexeu com uma mexeu com todas. Para tanto, Exigimos, também a imediata retratação pública do referido cidadão.
Tânia Feijó
Presidenta da AÇÃO DA MULHER TRABALHISTA/RS