Diversidades

A defesa dos Direitos Humanos sempre foi uma marca histórica de sua fundação, desde os idos da Carta de Lisboa em 17 de junho de 1979. A causa dos oprimidos, dos marginalizados e dos subalternos sempre seria uma marca do trabalhismo brasileiro. Entretanto, mesmo com a fundação do PDT em 26 de maio de 1980, o âmbito dos Direitos Humanos aos LGBT’s era uma dívida histórica que os trabalhistas precisavam resolver para consolidar o seu projeto de nação ao povo brasileiro.

Tentativas isoladas se fizeram para a maior participação da Diversidade no PDT, seja com a presença isolada de parlamentares trabalhistas LGBT’s nos diversos rincões do país ou tentativas de propostas de inclusão social dos LGBT’s com propostas no X Congresso (2001) e no XIII Congresso Nacional da JS (2007) ou a criação de organizações como o Núcleo Cazuza no RJ, o Movimento de Diversidade e Cidadania (MDC) em MG ou o Núcleo Flor do Cerrado no DF.

Entretanto o PDT precisava de uma organização que pudesse tocar com exclusividade as pautas da Diversidade, encampando os temas relacionados aos Direitos Humanos para os LGBT’s como Política de Partido. As tentativas mais efetivas neste sentido estiveram nas proposições aprovadas no V Congresso Nacional do PDT em 24 de agosto de 2013, quando foi indicada a diretriz na formação de um movimento de cooperação partidária que abordasse o tema da Diversidade e que congregasse LGBT’s trabalhistas e defensores da agenda dos Direitos Humanos a este segmento, estimada em 10% da população brasileira.

A partir da dedicação integral da Amanda Anderson e de Cássio Rugero na descoberta e na aglutinação dos quadros trabalhistas LGBT’s espalhados pelo país, das articulações internas de Wendel Pinheiro nas reuniões do PDT e da experiência política de Ramon Calixto Teixeira na formação desta organização, o PDT Diversidade foi aprovado oficialmente na reunião da Executiva Nacional do PDT em 14 de julho de 2015 como, naquele momento, o mais novo movimento de cooperação partidária.

Com todas as dificuldades, o PDT Diversidade seria fundado no Rio de Janeiro em 22 de agosto de 2015, no acanhado espaço do 6º andar da Rua 7 de setembro de 141. Todos os que estiveram ali estavam empenhados na construção de um movimento que, de imediato, se opôs a formação de um colegiado e, com a estatura de um movimento, criou a sua primeira Executiva Nacional provisória.

O PDT Diversidade teria a Amanda Anderson como a primeira presidente transexual de um movimento de cooperação partidária não apenas do Brasil, como também dos próprios partidos que compõem a Internacional Socialista (IS), além dela ser, na História do Brasil, a primeira transexual a ocupar a direção da União Nacional dos Estudantes (UNE).

O PDT Diversidade participaria de eventos e atividades de interesse LGBT em esfera nacional defendendo a ideia de que um país, para defender os Direitos Humanos da população LGBT, deve ter isto de forma clara em políticas públicas que não apenas atendam os meros direitos civis e individuais, mas principalmente os Direitos Sociais e Políticos e discutam temas de relevância como a defesa dos Direitos Trabalhistas para a população LGBT em tempos de perdas de direitos como a terceirização e a Reforma Trabalhista. Ou temas como a Reforma Política e a Reforma Universitária, na defesa da inclusão plena da Diversidade em temas centrais de cidadania plena.

A participação das atividades políticas do PDT Diversidade, fazendo valer as posições ideológicas e políticas do trabalhismo nos fóruns de atuação política, já é um avanço expressivo, além do apoio institucional do PDT através da criação do PL Dandara, no combate sistemático à transfobia, da autoria do PDT Diversidade e do Deputado Federal Weverton Rocha (PDT-MA).

Muitos são os desafios para que as políticas no campo da Diversidade estejam presentes. A necessidade de representantes LGBT’s no legislativo e em espaços de maior protagonismo e inserção partidária se faz necessário para que as pautas da Diversidade estejam à altura do legado trabalhista e nacionalista que o PDT sempre teve!