“Reconhecendo que é urgente a tarefa de libertação do nosso povo, nós, brasileiros que optamos por uma solução trabalhista…” No resgate da abertura da Carta de Lisboa, que marcou, em 1979, a mobilização para a reorganização do Trabalhismo no pós-ditadura, promovo um paralelo para exaltar os 40 anos de fundação do PDT e seu protagonismo diante de um novo momento ímpar da história nacional: o combate ao fascismo do século 21 na figura de Bolsonaro.
Em quatro décadas, vivemos intensamente a luta por um país mais justo, onde a valorização do ser humano pudesse estar em equilíbrio com a soberania e o desenvolvimento nacional. Avançamos em muitos campos. Como não lembrar dos Cieps, no Rio de Janeiro? Mostramos que é possível fazer, desde que exista comprometimento com o eixo central: o povo.
Ao citar algumas figuras emblemáticas como Getúlio Vargas, João Goulart e Alberto Pasqualini, passando por Darcy Ribeiro, Doutel de Andrade, Abdias Nascimento e Edialeda Salgado do Nascimento – e tantas outras que merecem a mesma exaltação -, podemos perceber que o legado trabalhista faz a diferença para superar cada barreira, dificuldade e empecilho, pois está no nosso DNA lutar pelo certo, correto e digno. É questão de princípio.
Abro, portanto, um espaço especial para o nosso eterno líder, Leonel Brizola. Ele continua nos dando ensinamentos até hoje, pois sua sabedoria transcende o marco temporal. A cada dia, buscamos reinventar e fortalecer as ações diante das mudanças promovidas no mundo. Acompanhamos, de perto, para alcançar os objetivos democráticos, mas sem perder – ratifico com orgulho – a conexão com o cidadão em cada canto do amplo Brasil.
Por isso, não vamos jamais aceitar que a nossa nação seja dilapidada por um movimento antidemocrático que tem, como figura central, um rascunho de ditador genocida e antidemocrático. O presidente Bolsonaro, e sua trupe, subestimaram – diante do ápice da arrogância e prepotência – a capacidade de resistência de quem entende a nação livre, igualitária e democrática não como um slogan, mas como razão de vida.
Estamos nas trincheiras com congressistas, lideranças e militantes, pois temos história, legado, moral e força para, sim, lutar. Não serão milícias, muito menos a ameaça de regimes de exceção, que determinarão o futuro do Brasil, pois este poder é exclusivo do cidadão. Os tempos são outros, as “armas” também.
Na linha de frente, vejo, ao lado, companheiros como Carlos Lupi e Ciro Gomes, além de tantos jovens e experientes quadros que chegam para somar. O PDT é diferenciado por seguir sua essência. Plural, diversificado, aberto, verdadeiro e democrático.
“Continuaremos firmemente, sob a inspiração da Carta Testamento do Presidente Getúlio Vargas, a caminhada junto ao povo que nos levará à emancipação da Pátria.” Como no encerramento da mensagem de Lisboa, concluo: estamos, com passos firmes e coerentes, na direção certa pada a vitória. A batalha continua, pois nunca foi fácil para nós, trabalhistas.
*Manoel Dias é secretário-geral nacional do PDT, ex-ministro do Trabalho e Emprego e presidente nacional da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP).