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Independência, a proposta da Inconfidência Mineira, pela qual nosso herói deu a vida, decorridos 230 anos, ainda não foi conquistada.

De Brasil colônia, explorado e espoliado pelo Reino Português durante séculos, continuamos sendo vítimas do capital alienígena, através dos seus tentáculos: as multis, as transacionais, os grupos econômicos e os grandes bancos, denunciado por Getúlio Vargas na Carta Testamento: “Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo”.

A Vila Rica de ontem, é o Brasil pobre de hoje. A derrama de ontem era 1/5 do ouro produzido, a derrama de hoje é 36,8% do PIB, isto é, mais de 1/3 de impostos cobrado do povo espoliado.

Acrescente-se à nova derrama, a monstruosa dívida pública estimada em 3,6 trilhões de reais, correspondente a 80% do PIB e que deverá consumir em tôrno de 48% do orçamento da União, para o pagamento dos juros, amortização e serviço da dívida.

TIRADENTES VIVE! HAJA TIRADENTES!

Considerando que nos encontramos em véspera de eleições para Presidente da República, com exceção do pré-candidato Ciro Gomes, nenhum outro demonstrou sua preocupação com essa nova derrama a ser paga por todos brasileiros.

Em passado recente (1964), o Presidente João Goulart propôs as Reformas de Base: agraria, bancaria, tributária, além da regulamentação da remessa dos lucros das empresas estrangeiras, como uma forma de estagnar a espoliação capitalista. Pagou caro. Custou o enforcamento do cargo, através do afastamento da Presidência.

Além de Getúlio e Jango, Brizola também sofreu pela sua conduta nacionalista. Foi condenado a mais de 15 anos de exilio, pela sua posição contra o neoliberalismo, assim definido por ele: “para a teoria neoliberal, o Brasil é uma espécie de reserva de mercado de outros países e por isso somos colocados num contexto de servidão.

O neoliberalismo está tirando as garantias do povo brasileiro, aos poucos, estão entregando os seus direitos políticos às empresas. É novamente a lei da selva. Estão passando por cima de tudo, das ideias de desenvolvimento, de soberania e de justiça social. Parece que temos de pedir desculpas aos interesses estrangeiros pelo que conseguimos construir. Não passa de colonialismo, nós vamos nos tornando dependentes de especulação internacional, que vai lesando nossas áreas econômicas mais saudáveis.”

Torna-se imperioso voltar a entoar nas escolas o Hino da Independência: “ Brava gente brasileira! Longe vá… temor servil: Ou ficar a pátria livre, Ou morrer pelo Brasil”.

*Hari Alexandre Brust é membro da Executiva Estadual do PDT da Bahia